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CUME




ventanias de desalento
rumores de eternidade
sussurros de mâché do catavento
faz tempo eu espero
e só a minha voz me responde...
onde?
onde?
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HERANÇA




Quando eu era menino, peixinho danado de sabido
meu velho me ensinava as cantigas de pescar.
Assim foi que aprendi, de coração e de ouvido,
que só sabendo o chiado das conchas
se é dono deste mar...

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Despertei para o navegar manso deste mar,
quase sempre, quase solto, e tão só.
Cheio de si, brinca comigo como ninguém:
grita que vai, mas continua aqui
beijando meus pés.
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Acalanto

dorme, menino
sua primeira noite de sono
dorme, que sua pele não tem farpas
foi a mão de seu pai que a lixou com carinho
dorme, que seu pai é o mais contente
dos pais desta cidade
sonha, Pinóquio
que um dia a fada te transforma em gente
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I. Vastidão humana
                  ainda viro pelo avesso
                  para misturar ao mundo
                  este mundaréu dentro de mim


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II. Solidão
                                                                                             duas mãos se entrelaçam... 
                  que bonito seria
                  se não fossem só minhas


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III. O crepúsculo
                  no céu
                  alguém chuta
                  uma lata de tinta púrpura