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Testamento


Para alguém que não sei
Deixo um toque de atabaques, um solo de Miles outro de Coltraine.
Um arco íris negro, minha foto de árabe, outra dos Filhos de Ghandy
Ao Nelson Maca deixarei um verso inacabado, que possa ser reescrito
Com cantos novos do HIPHOP pintado nas paredes da Lapa
Pelos sprays de Tito Lama, Marcos Costa
E que a poeta Vida fale no páteo interno
Com a ajuda do coro dos loucos
E louco como talvez seja, deixo ao Maurício
Um terno desses que uso nas formaturas
Para lá de cima vê-lo como mestre de cerimônias da esquina
Na posse da diretoria da Grã Cruz da Ordem dos Badameiros
Para todas as quem amei, meu melhor carinho
E um caderno no qual não escrevi minhas tolas impressões
Sobre cada dos seus perfeitos beijos ou desejos
Que minha cegueira não permitiu perpetuar
Aos inimigos deixo o desconforto da possibilidade
De que possa voltar e azedar suas noites atrapalhando-os na hora H
Para Horácio Daomé e a Xurica Angola
Uma pequena poupança de quiabos, melancias e mamões
Para permitir-lhes vida alimentarmente tranqüila até seus fins
Pois casa já possuem naturalmente
Aos que gostam de mim de novo poesia
Escondida deles todos esses anos, mas que reunirei num fabuloso compêndio a ser lançado ao lado de Sobô, Ymoja, Azanssu, lá do monte mais alto
Entre todos os Kavionos na Nação de DAN
E para você leitor toda completude que nunca consegui: afã
E que não contem com minha morte nem hoje nem amanhã!


Por Carlos Limeira

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